A afirmação é do engenheiro Rogério Gadelha dos Santos, técnico responsável pela empresa RCA Engenharia e Laudos Técnicos de Jundiaí, se referindo aos prédios públicos municipais.
“O Teatro Polytheama, o Hospital Universitário, o Hospital São Vicente de Paulo o Complexo Argos, todas as creches, as escolas, unidades de saúde etc, nenhuma dessas edificações tem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros – AVCB. Temos inquérito instaurado e em andamento no Ministério Público, inclusive”, continua o engenheiro.
“O Hospital Regional, que é coordenado pelo governo do Estado, também não tem, mas já está apto a receber a vistoria oficial, já que o seu projeto técnico, elaborado por mim, foi aprovado pelos Bombeiros”, completou.
Gadelha explicou que para a obtenção do AVCB o caminho não é difícil, mas requer grandes investimentos.
“Quando o projeto técnico é elaborado, tudo ali tem de estar dentro das normas e buscando segurança para a população fixa e flutuante da edificaçãointeressada. Então isso requer custos que, geralmente, são altos”, explicou.
“Depois da aprovação do projeto técnico, o Corpo de Bombeiros faz a vistoria na edificação e, considerando executado tudo o que foi projetado, emite o AVCB. Mas é importante ressaltar que a aprovação do projeto técnico é uma coisa; a aprovação de sua execução seguida da emissão do AVCB é outra, completamente diferente!” disse Gadelho.
Informado de que o Hospital de Caridade São Vicente de Paulo recebeu a aprovação de seu projeto técnico (veja matéria da assessoria do hospital abaixo), o engenheiro Gadelha repetiu: “Aprovação do projeto é uma coisa; emissão do AVCB é outra, repito”.
Gadelha aproveitou a informação sobre o São Vicente para fazer comparações entre edificações e seus níveis de proteção ao público.
“Independentemente da área construída, todas as edificações precisam da vistoria dos bombeiros, ou, em alguns casos, simplesmente da responsabilidade técnica de um engenheiro. Casos como teatros e hospitais se enquadram naqueles mais graves. Aliás, os hospitais mais ainda, já que, em casos de incêndio, a população ali presente e acamada não terá condições de se locomover. Daí vem a necessidade de se projetar uma área segura (onde o fogo não irá) para a acomodação dos pacientes. E isso também requer um bom e frequente treinamento do pessoal socorrista ou brigadista”, ensinou o engenheiro.
SÃO VICENTE DENUNCIADO
Ainda nesta semana, o Jundiaí Saúde publicou matéria sobre denúncia que o conselheiro municipal de saúde, Irineu Romanato Filho protocolou no Ministério Público. A denúncia deu conta de que o hospital não tem o AVCB.
Antes da publicação da matéria, a reportagem enviou ao hospital e também à Prefeitura de Jundiaí solicitações a respeito dessa denúncia, mas não obteve respostas.
Agora, para o bom esclarecimento da população o hospital publica (e o portal da Prefeitura reproduz) que, realmente, o hospital ainda não tem e nunca teve o AVCB.