Jesus dos Santos
Conforme já noticiou o Grande Jundiaí, a Câmara de Jundiaí aprovou, no último dia 12, em sessão extraordinária, o projeto de lei que autoriza a nomeação de mais um assessor para cada um dos 19 vereadores.
O projeto de lei está nas mãos do prefeito Luiz Fernando Machado para promulgação ou veto.
Com a nova nomeação, cada vereador passa a ter três assessores parlamentares. Os salários mensais deles é de quase R$ 13 mil.
Somente os vereadores Antonio Carlos Albino (PL) e Adilson Roberto Pereira Júnior (PP), o Juninho, votaram contra o projeto, que é de autoria da Mesa Diretora.
O placar da votação se deu em 16 votos SIM; dois, NÃO; e uma ausência.
O vereador Marcelo Roberto Gastaldo (PTB) esteve presente na abertura e encerramento da sessão extraordinária, mas, ausente na hora da votação.
Juninho justificou sua reprovação ao projeto de lei pelo aspecto econômico por que passam o país e Jundiaí.
“Entendo que esse momento de recuperação econômica do país e também de nossa cidade não é propício para aprovarmos um projeto como esse. Por isso, votei contra”, disse Juninho, na tarde deste domingo (17).
O vereador Albino se manifestou, dizendo, também, que não é o momento para se criar despesas e que não vê necessidade de nomear mais um assessor.
“Estou com o quadro completo em meu gabinete e satisfeito com o que conseguimos produzir. Tenho dois assessores por mim indicados e outro, que é concursado na Câmara. Votei contra o projeto de lei da Mesa Diretora. Estou convicto de que este não é o momento para criarmos despesas. Por isso, não pretendo nomear mais ninguém, a não ser que, de meu gabinete, seja retirado o assessor concursado”, disse Albino.
“Aliás, há de se destacar que a Câmara Municipal ainda trabalha na modalidade online, já que seu prédio está em reforma. Não posso falar em previsão de término dessa obra, porque isso é prerrogativa de nosso presidente. Então, esse é mais um motivo que me impede de ver necessidade de mais um assessor para meu gabinete”, finalizou Albino.
Marcelo Gastaldo não retornou as ligações feitas pela reportagem.
REPERCUSSÃO
Entrevistadas pelo Grande Jundiaí, algumas pessoas reagiram com duras críticas à aprovação do projeto de lei.
Uma delas disse, na matéria publicada na manhã deste domingo, que a nomeação de mais 19 assessores se configura em estratégia política.
“Infelizmente, isso é jogo político! Isso pra mim é compra de votos, na cara dura! Eles vão colocar o pessoal lá, para batalhar votos para deputados, governador e até presidente da República do partido deles, claro”, disse uma microempresária.
Um conselheiro de saúde sugeriu que esse dinheiro a ser gasto com os novos assessores deveria ser usado para zerar as filas de cirurgias de próteses e quadris.
“É muito interessante ver que, para essas contratações, aparece dinheiro de uma maneira até fácil. Difícil mesmo para a Prefeitura de Jundiaí está o caso para acabar com as filas de cirurgias de próteses e quadris, por exemplo. Os pacientes ficam nessas filas, em média, por cinco anos. São cerca de 700 deles nas filas. Com certeza com esses mais de R$ 3,5 milhões por ano, conseguiríamos realizar, pelo menos, 175 cirurgias por ano. Num só mandato e, só com salários desses assessores, as filas estariam zeradas, já que seriam 700 cirurgias realizadas”, disse o conselheiro.