POR JESUS DOS SANTOS | O vereador Romildo Antonio da Silva (PL) se manifestou a respeito da atual administração ter desistido das três UPAs, que seriam construídas na cidade. Ele destaca o alto custo que delas seria originado e aponta para a construção de uma UPA em cada município do Aglomerado Urbano de Jundiaí (AUJ). “Isso, sim, desafogaria a demanda reprimida do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo”, afirmou.
“Quatro UPAs foram presentes
de grego que Jundiaí recebeu!
A cidade não suportaria
os custos que elas geram.”
Jundiaí Saúde: Como o senhor vê a situação da Saúde hoje em Jundiaí?
ROMILDO: Olha, não tenho o que reclamar da Saúde de Jundiaí. Primeiro, pela posição que ela já alcançou e, depois, é o seguinte: em particular, para mim que cheguei de um lugar que não tinha nada em termos de Saúde e então enfrentava muitas dificuldades, só tenho a agradecer. Vim de Pombos, do estado de Pernambuco e isso há 25 anos. Lá, para uma consulta em postinho, a pessoa precisa chegar no local às 4 horas da manhã e retirar uma fichinha e sem a certeza de conseguir a consulta para o dia. É claro que aqui em Jundiaí ainda tem problemas e que precisam ser solucionados.
JS: Filas também, por exemplo?
ROMILDO: Temos filas, sim. Temos fila na ortopedia, mas podemos melhorar. Aliás, as filas em várias especialidades aumentaram, porque, principalmente nesta pandemia, muitos trabalhadores perderam seus empregos e, com eles, seus convênios médicos. Aí vem tudo para o SUS e reprime qualquer agenda de especialidade. E, olha, não é tirando um paciente lá do final da fila e o colocando na frente que se resolve o problema. É fazer a fila inteira andar rápido. Essa é a providência acertada.
JS: Nesta semana, o Jundiaí Saúde deu a notícia de que a Prefeitura desistiu de continuar as obras das UPAs e da obrigatória devolução de R$ 3 milhões ao Ministério da Saúde. O que o senhor fala sobre isso?
ROMILDO: As quatro UPAS que o governo anterior deixou para o atual foram um presente de grego. No entanto, uma foi concluída. As outras três não serão. E isso porque o município não suporta o custo alto que cada UPA gera. Veja que a UPA do Vetor Oeste, única que foi concluída, tem atendimento médio de11 mil pessoas por mês. Imagina quanto custa isso!Então, se desistiu, tem mesmo de devolver o dinheiro que não usou, nem vai usar!
JS: O senhor acha que a intenção das quatro UPAs foi questão política?
ROMILDO: Não vou responder, afirmando isso. Acho que o político tem de ser honesto! Não adianta dizer que vai construir quatro UPAs se depois não terá dinheiro para manter o funcionamento delas! Não adianta, nos dias de hoje, durante esta pandemia, o político dizer que é a favor da abertura do comércio, em busca de votos dos comerciantes. É preciso seguir a ciência, as estatísticas... E falando nisso, veja o prejuízo da população nessa briga do presidente da República, Jair Bolsonaro, com os governadores dos estados. Outra coisa é aquela promessa de governos anteriores, dando conta da construção de mais um hospital em Jundiaí. Gastaram R$ 5 milhões só no projeto. Eonde está o dinheiro para a construção e a manutenção desse hospital? Hoje, se o prefeito Luiz Fernando Machado gastar R$ 5 milhões num projeto, vou cobrar, tanto a sua execução quanto a sua manutenção.
JS: Vereador, o senhor disse em 11 mil atendimentos, por mês, na UPA. Podemos fazer um exercício? Essas 11 mil pessoas que lá são atendidas por mês, deixam de vir ao Hospital São Vicente. Correto? Então, evidentemente, o São Vicente deixa de atender 11 mil pessoas por mês. Não seria o caso de a Prefeitura só descontar esse valor do repasse do hospital e pagar a UPA?
ROMILDO: Mexer no repasse do São Vicente jamais! O Conselho Gestor do hospital tem de continuar sendo capaz de fiscalizar ali os recursos financeiros e assim também o Conselho Municipal de Saúde, o Comus. A conta não é tão simples assim. O sistema em si também não é. Veja que dessa média de 11 mil pacientes, metade é da região. Mas é Jundiaí quem paga a conta sozinha! Então o dinheiro para o São Vicente nunca vai ser suficiente. Médico é caro, insumos são caros, materiais são caros... Penso em melhorar cada dia mais o hospital. Então, quanto mais recursos ele receber, melhor será para a população. Quero que um dia ele tenha até seu heliponto. Por que não?Jundiaí não poderia mesmo ter quatro UPAs. Cada município que compõe o Aglomerado Urbano de Jundiaí é que teria de instalar a sua UPA. Assim, uma UPA em cada município do AUJ, isso, sim, desafogaria o São Vicente.
JS: À vontade para finalizar, vereador.
ROMILDO: Bem, agradeço por esta oportunidade e quero aproveitar para dizer que, nestes meus quase quatro anos de mandato, trabalhei e trabalho para a cidade toda, mas, sem dúvida, priorizei e priorizo o Vetor Oeste, onde daquilo que mais recentemente fizemos foi o asfaltamento da Rua Oito. Essa rua, hámuito tempo castigava a população. Colaborei muito para a construção de um parque no FazendaGrande. Colaborei também para a conclusão da UPA Novo Horizonte, que agora conta até com laboratório. Consegui o direcionamento de emendas parlamentares para melhorias no Hospital São Vicente, que somadas às parcerias, hoje conta com quartos completamente diferentes e bem arrumados. Ainda sobre emendas parlamentares, veja que os custos da primeira etapa da construção do Parque do Cerrado, no Residencial Jundiaí, foram na ordem de R$ 301 mil. Para esse parque consegui direcionar uma emenda de R$ 250 mil. Ao CRAS do Novo Horizonte, consegui outros R$ 100 mil, além da compra de sete computadores. Enfim, me sinto muito feliz e mostrando resultados. E vamos continuar essa luta, porque ela é muito grande, mas teremos vitória em cada uma de nossas intenções e necessidades da população em geral.