O médico e vice-prefeito de Jundiaí, Antonio de Pádua Pacheco, está nas redes sociais empenhado na divulgação do tratamento precoce da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.
Em entrevista ao JUNDIAÍ SAÚDE ele afirmou, nesta terça-feira (7), que podemos considerar o tratamento como a luz no fim do túnel, já que a experiência médica traz as evidências do sucesso do procedimento.
O médico fala do início da pandemia, as tentativas de seu combate e as conclusões médicas atuais que beneficiam os pacientes acometidos pela doença.
JS – Luz no fim do túnel é sinal de esperança, segurança, menos preocupação e é isso que todo o mundo está esperando. Fale sobre essa luz.
Dr. PACHECO - Pois é. Primeiro, vamos explicar o seguinte: quando surgiu o novo coronavírus, a impressão de médicos famosos, inclusive como Dráuzio Varela, era a de que se tratava de um vírus parecido com o da gripe. Diziam eles que se tratava de um vírus com o mesmo comportamento do que o da gripe, que não suportaria um clima de muito calor, que não teria alta taxa de letalidade, dentre outras coisas. O próprio Varela - e eu também - considerava tratar-se de uma gripezinha. No entanto, ao longo da pandemia, médicos do interior brasileiro e de outros países trabalhando em seu combate, perceberam que o comportamento desse vírus era bem diferente do que se considerava. E isso também foi constatado na China, Itália e outros locais. Varela e eu nos desculpamos, confesso.
JS – O que o senhor destaca na diferença de comportamento entre o vírus da gripe e o novo coronavírus?
Dr. PACHECO – Posso afirmar como destaque a capacidade de multiplicação. O novo coronavírus tem uma capacidade enorme, muito alta, de multiplicação e, por isso, consegue adoecer tantas pessoas num curto espaço de tempo. Ele se multiplica com velocidade muito maior do que aqueles característicos do inverno. Essa constatação, para nós médicos, foi uma surpresa. Estávamos tratando a doença com analgésicos, antitérmicos, bastante líquido, mas percebemos que não era o suficiente. E isso não só no Brasil, mas na China, Itália, Espanha... Aos poucos, com experiência de médicos de todo o mundo, é que foi se percebendo que alguns medicamentos que já existiam para outras doenças são úteis no tratamento da covid-19. São eles a hidroxicloroquina, a azitromicina e o zinco e, mais recentemente, o ivermectina, este utilizado no tratamento de vermes, piolhos e sarna. Foi assim que se comprovou que esses medicamentos têm o poder de diminuir a capacidade de multiplicação do coronavírus, dentro de nosso organismo. Então, se o coronavírus perde a força para se multiplicar, perde também a potencialidade de deixar grave a doença.
JS – E os efeitos colaterais da hidroxicloroquinade que tanto se fala? Arritmia cardíaca, parada cardíaca...
Dr. PACHECO – Os efeitos colaterais são raros, em face da dose recomendada. O risco existe para quem tem problemas cardíacos. Então, ela dificilmente vai causar algum tipo de problema colateral. Veja que o médico Antonio Carlos Lopes, com mais de 40 anos dando aulas pela Unifesp, preconiza o uso da hidroxicloroquina, azitromicina e zinco. E mais: ele diz nunca ter visto efeitos colaterais em pacientes sem problemas cardíacos.
JS – Essa associação de medicamentos então é capaz de curar a doença?
Dr. PACHECO – Não. Não é isso! Essa associação, que chamamos de tratamento precoce, previne que os pacientes evoluam para o estado grave da doença. Aliás, oportuno dizer que previne também aquela correria em busca da compra de oxigênio, de respiradores, regulação de leitos e por que não dizer que também previne os escândalos, configurados pelos superfaturamentos nas compras? Bem... masvamos continuar a falar somente de coisas boas, não é? Olha que belo exemplo: o prefeito de Porto Feliz, município paulista com 50 mil habitantes, é médico. Ele se chama Cássio Prado. Lá ele oferece o kit covid-19 à população que apresenta sintomasda doença. Ele capacitou toda a equipe de saúde, montou os kits e, quando chega um paciente na UBS com sintomas da doença em seu início, já recebe o kit. É preciso também dizer, mas sem me aprofundar, que um protetor gástrico (do tipo omeprazol, pantoprazol) é necessário.
JS – O tratamento precoce, evidentemente, se dá nesta fase inicial. E a quem já passou dessa fase, o que prescrever?
Dr. PACHECO – Vamos falar dessa primeira fase da covid-19, aquela que se dá desde quando o paciente tem os sintomas de uma gripe (perda do olfato, febre, dores no corpo etc), em até dez dias. Depois, já numa fase seguinte, o paciente começa a ter falta de ar, onde poderá estar instalada uma pneumonia viral, um processo inflamatório nos pulmões. Aí, vai necessitar de oxigênio e se não for suficiente, vai para o tubo. Então, medicado com hidroxicloroquina, azitromicina e zinco, em até dez dias, vai superar o mal estar, a perda de olfato, enfim os sintomas que falei. Mas terá de cumprir as regras sanitárias: o isolamento social, uso de máscara, porque pode transmitir o vírus. Então, o paciente em dois ou três dias já vai apresentar melhora. Quanto à segunda fase, aquela em que o paciente apresenta falta de ar, requer hospitalização, já que será preciso entrar com oxigênio. E, não conseguindo reagir para um percentual razoável de oxigênio, o paciente será entubado, esta a terceira fase da doença. E aqui já não estamos falando daquela associação dos três medicamentos. Aqui, serão necessários os corticoides e os anticoagulantes em altas doses. Por isso, é fundamental o tratamento precoce, ou seja, na primeira fase, e posso afirmar que ele é, sim, a luz no fim do túnel.