Na manhã desta quarta-feira, 05, uma equipe especial realizou a captação de rins, fígado e córneas do paciente José Edilson Barboza, 57 anos, internado desde o dia 31 de julho devido a uma queda que culminou em morte cerebral, vindo a falecer nesta semana.
Esta foi a quinta captação de órgãos de 2020 realizada no Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), por meio da Comissão Intra Hospitalar de Transplantes (CIHT). Os órgãos seguiram para São Paulo e Campinas e atenderão pacientes que aguardam na fila do Ministério da Saúde (MS), atualmente com mais de 46 mil pessoas.
A filha, Maria Alexandra de Souza Barboza, 35 anos, diz que o pai chegou a falar sobre o assunto pouco tempo antes.
“Cerca de duas semanas atrás, por coincidência, ele tinha dito que tinha o desejo de ser doador, caso lhe acontecesse algo”, relata. Considerado pela filha um homem bom e bastante ativo, ele sempre estava engajado em ações para fazer o bem ao próximo. “Essa personalidade dele, de querer sempre ajudar, nos dá a certeza de ter feito a escolha certa. Sabemos que onde quer que ele esteja, está feliz em poder salvar outras vidas”, afirma.
Um ponto importante a ser levando em consideração é que, em meio à pandemia do novo coronavírus, algumas mudanças foram estabelecidas pelos órgãos competentes para garantir maior segurança no processo de busca de possíveis doadores, captação e transplante.
“Dentre as mudanças há uma triagem do potencial doador que visa ter certeza de que o paciente não é suspeita ou infecção confirmada pela covid-19, se o mesmo não teve contato próximo com pessoas que eventualmente podem ter tido a doença. Também são realizados vários exames pelos órgãos capacitados para descartar doenças infectocontagiosas”, explica a enfermeira responsável pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do HSV, Gabriela Papes, que acompanhou todo o processo.
Todas essas medidas devem ser adotadas de forma rápida e eficiente, assim como o amparo e a conversa com a família. Cada órgão possui um tempo de isquemia, ou seja, em que ele pode ser retirado e transplantado em um outro paciente. No caso do rim, são 48 horas e no caso do fígado 12 horas. É por isso, que a doação de órgãos é um ato nobre, que salva vidas e que precisa ser conversado sempre.