Se para alguns moradores uma UPA em cada regiãoda cidade seria um grande benefício na área da Saúde e alívio para o Hospital São Vicente de Paulo, para outros nem tanto. Mesmo que sejam integrantes do Conselho Municipal de Saúde.
Isso porque, em 27 de maio passado, somente dois conselheiros municipais, em reunião ordinária virtual do órgão, votaram contra a desistência da instalação desses equipamentos públicos em nossa cidade: Maria Cleusa Buono Cunha e Joaci Ferreira da Silva.
Iniciadas no governo de Pedro Bigardi, somente as obras da UPA do Jardim Novo Horizonte foram concluídas. As obras da Ponte São João e da Vila Progresso estão paralisadas. As obras da Vila Hortolândia seguem, mas, não mais como UPA e sim enquadradas em novo conceito, implantado pelo governo Luiz Fenando Machado, com ênfase na Clínica da Família.
A propósito, é bom ressaltar que essas obras no prédio onde seria instalada a UPA da Vila Hortolândia, seguem nesse novo conceito, porém sem ainda ter a necessária autorização do Ministério da Saúde para tal.
É esse órgão ministerial quem autoriza ou não qualquer alteração de finalidade de uso da rede física do Sistema Único de Saúde, o SUS. Mas, as obras seguem.
Muitos já disseram e ainda dizem que as obras foram paralisadas por problemas em suas estruturas.
O engenheiro Miguel Pelliciari, contratado pela Prefeitura de Jundiaí para fazer a verificação nas obras das UPAs, já na atual administração municipal, afirmou não haver, em nenhuma delas, problemas de estrutura, capazes de impedir que fossem continuadas como UPAs. Isso em duas entrevistas ao JUNDIAÍ SAÚDE.
Aliás, Pelliciari explicou, em sua segunda entrevista, que existem dois tipos de problemas de estrutura. O primeiro, aquele que pode levar uma obra ao colapso (queda do prédio). O segundo é o que, apesar de também ser atribuído à estrutura, não interfere de modo a exigir a alteração da finalidade do uso do prédio. E estes foram os tipos de problemas encontrados na verificação feita pelo engenheiro contratado, o que significa que as obras iniciadas como UPAs poderiam ser concluídas como UPAs.
O ex-prefeito Pedro Bigardi, em entrevista ao JUNDIAÍ SAÚDE, até revela que uma laje da UPA da Ponte São João teve problema. No entanto, sem que por isso fosse preciso deixar de ser UPA e que a própria então Secretaria de Obras de seu governo já cuidava da correção.
Bigardi afirma que as obras das UPAs foram paralisadas por motivo político e não por problemas estruturais. Confiram.
JUNDIAÍ SAÚDE – Em que ano as obras das UPAs foram paralisadas?
PEDRO BIGARDI – Olha, a UPA do bairro Almerinda Chaves (Novo Horizonte) foi concluída em 2016, portanto em meu governo. Já dispunha de mobiliário e equipamentos, que foram guardados no local. Ela só não foi inaugurada comigo, porque havia a necessidade da contratação de sua gestora, no caso uma OS – Organização Social. As outras UPAs, ao Leste, a da Ponte São João, ao Sul, a da Vila Progresso e a Noroeste, a da Vila Hortolândia foram paralisadas em estágios diferentes de obras, em 2017, portanto fora de meu governo. Isso pode ser comprovado pelo relatório respondido pela atual gestão e entregue à Câmara Municipal de Jundiaí.
JS – Afinal, qual foi o motivo da paralisação das obras?
PB – As obras foram paralisadas por motivo político. Não havia nenhum impedimento para que elas tivessem continuidade! Então, o motivo foi político.
JS – Por que as obras não foram concluídas no prazo? Tinham problemas de estrutura?
PB – Foi uma decisão da atual gestão. Dinheiro para continuar as obras existia. Ele foi depositado pelo Governo Federal e estava nas contas específicas das UPAs. Quanto aos problemas de estruturas alegados pela Prefeitura, isso só ocorreu numa laje específica da UPA da Ponte São João, mas sem prejuízo da obra com um todo. Aliás, este problema localizado já vinha sendo tratado pela Secretaria de Obras, em 2016, meu governo. Nas demais obras não há qualquer informação de problemas que pudesse inviabilizar a continuidade delas também. Essas informações constam do relatório feito pela atual gestão, respondendo requerimento da Câmara Municipal, em 2017.
JS – A população participou da decisão da instalação das UPAs?
PB – O projeto das UPAs foi debatido em todas as regiões onde foram projetadas. Além disso, o programa da instalação das UPAs foi apresentado e analisado pela Câmara Municipal de Jundiaí, orçamento, autorizações legislativas e plano de metas anual. Portanto, era de amplo conhecimento público.
JS – Existia projeto executivo para a construção das UPAs? Quem era o engenheiro responsável?
PB- O projeto arquitetônico da UPA do Almerinda Chaves (Novo Horizonte) foi contratado no governo anterior ao meu. Já os projetos executivos (estrutura, hidráulica, elétrica etc., foram elaborados pelos técnicos da Prefeitura. As UPAs da Ponte São João e Vila Progresso tiveram projetos completos, contratados de empresa de engenharia e arquitetura da cidade, que dispõe de técnicos que respondem tecnicamente por eles. A UPA da vila Hortolândia teve projetos elaborados pela Prefeitura e começou posteriormente, porque o nosso governo desapropriou o terreno. Os responsáveis técnicos estão indicados nos projetos.
JS – Existem processos administrativos ou judiciais em face dos responsáveis pelos erros das obras, em especial dos engenheiros responsáveis por cada uma delas?
PB – Olha, a atual gestão prestou informações à Câmara Municipal, em 2017. E segundo essas informações, só havia problema localizado numa laje da obra na Ponte São João. Desconheço se existem processos administrativos ou judiciais a respeito.