Por Jesus dos Santos | O prefeito Luiz Fernando Machado enviou à Câmara Municipal de Jundiaí, na segunda-feira (22), o Projeto de Lei 13.591/21. O objetivo é que os vereadores aprovem o reajuste de 5% nos vencimentos, salários, funções de confiança, gratificações, proventos de aposentadoria e pensão e auxílio alimentação do funcionalismo público. Além disso, o prefeito pede aprovação para alteração da data base da categoria.
Em sua justificativa para o projeto, o prefeito diz aos vereadores que “nos anos de 2020 e 2021 os servidores não tiveram reajustes em seus salários”.
Diz ainda que, “aliado ao fato de os servidores ficarem dois anos seguidos sem reajustes, temos os altos índices inflacionários, que acarretaram a perda do poder aquisitivo dessa categoria”.
Mas, ainda que o prefeito tenha reconhecido os altos índices inflacionários e a consequente perda do poder aquisitivo dos servidores, cravou no projeto de lei somente 5% como índice para reajuste dos servidores e reajusta o auxílio alimentação para cerca de R$ 860,00. Tudo a partir de 1º de janeiro de 2022 e já deixando claro que o próximo reajuste virá somente em 2023.
Também pelo projeto, o prefeito, excepcionalmente, antecipa a data base da categoria para 1º de janeiro de 2022. Assim, em maio de 2022, data base real da categoria, não haverá nenhum reajuste.
Servidores reclamam, vez que entendem que essa alteração deveria ter sido fruto de discussões com o sindicato e este deveria ter ouvido a categoria, o que não ocorreu.
ASSEMBLEIA
O sindicato abriu, na manhã desta quinta-feira (25) e de modo online, a assembleia para que o servidor aprove, reprove ou se abstenha de votar na proposta do prefeito, embora ela já esteja na Câmara Municipal para ser apreciada.
Nesse aplicativo o sindicato informa que “a proposta apresentada pela administração pública engloba a campanha salarial 2021 e a campanha salarial 2022”
Ele também deixa claro que “os valores a serem aplicados a partir de janeiro de 2022 serão referência a 2021 e 2022 e que a próxima campanha salarial ocorrerá novamente somente em maio de 2023, na data base do servidor”.
REDES SOCIAIS
Pela ausência de reuniões setoriais e assembleias, que deveriam ser programadas pelo sindicato antes de o prefeito cravar índices, unilateralmente, os servidores estão indo para as redes sociais, onde manifestam revolta.
“O prefeito sozinho determina o índice de 5% nos salários, o valor do auxílio alimentação e a alteração de nossa data base. Para que serve o sindicato? Cadê o sindicato que não ouviu a categoria até agora sobre tudo isso?”, questiona uma servidora.
“A ordem das coisas não está invertida, não, sindicato? O Projeto de Lei já está na Câmara e só agora vem esta assembleia? Tem algo errado aí! Arruma a casa, sindicato!”, diz outra servidora.
Um servidor, também nas redes sociais, aproveitou para comparar a situação atual da campanha salarial com as eleições de agosto passado, que reelegeu a chapa do sindicato para mais quatro anos no poder.
“Ora! Para fazer eleição fake a forma foi presencial. Agora assembleia que pune os servidores será virtual?” pergunta ele.
“Afinal, de que lado vocês estão? Tem de ser presencial e não para fazer de conta que aconteceu (a assembleia)! Estamos cansados de lutar sozinhos e não ver a atuação real do que deveria ser nosso sindicato”, completou outra servidora.