A presença de pombos no prédio da Vigilância Sanitária de Jundiaí, por certo, se configura em risco à saúde das pessoas que ali trabalham ou que ali comparecem para expedientes de rotina.
O prédio fica na rua Francisco Pereira Coutinho, 54 na Vila Municipal e está com sua fachada e piso da parte externa com impregnações de fezes das aves.
E é exatamente por essas impregnações que o Ministério da Saúde adverte.
Diz o órgão federal que as fezes secas dos pombos são um dos principais reservatórios do fungo causador da doença denominada criptococose (doença do pombo), que pode levar as pessoas à morte.
Exemplo disso dá conta de que as últimas estatísticas nacionais mostram que no Distrito Federal, no ano passado, 40% dos casos de doença do pombo terminaram em morte. A notícia foi dada pelo jornal Correio Braziliense.
Contramão?
O Portal de Serviços da Prefeitura de Jundiaí oferece o serviço de visita aos locais com infestação de pombos para avaliações, orientações gerais, fiscalização e/ou autuações (com ou sem multas) referentes a presença de pombos em diferentes ambientes, seja para alimentação, abrigo ou ninhos.
Diz ainda o portal que o prazo para a prestação do serviço é de até 30 dias, após a recepção da solicitação.
Prefeitura
Apesar das solicitações do Jundiaí Saúde, feitas em sua Sala de Imprensa às 13h26 de hoje, a Prefeitura de Jundiaí não respondeu se está ou não fazendo alguma coisa em busca da proteção dos servidores e das pessoas que visitam o prédio impregnado com fezes de pombo.
Não respondeu, também, se os trabalhadores da Vigilância Sanitária estão em dia quanto aos exames médicos periódicos a que têm direito, para controle de sua saúde, e se cada um tem cópia de seu Atestado de Saúde Ocupacional, emitido ao término desses exames. Esse é o documento comprobatório de que o servidor está apto para continuar trabalhando e sem doenças.
A reportagem ainda perguntou (e ficou sem resposta da Prefeitura) se os servidores foram orientados por profissionais tecnicamente habilitados sobre os riscos que os pombos oferecem à sua saúde.
Considerando o tempo em que os trabalhadores da Vigilância Sanitária estão nesse prédio, a reportagem perguntou à Prefeitura (e também ficou sem resposta) se há registros de servidores afastados do trabalho por suspeita de doenças que possam estar relacionadas aos fungos das fezes dos pombos.
Por último, a reportagem questionou a Prefeitura (e mais uma vez sem resposta), se a Vigilância Sanitária de Jundiaí já multou algum estabelecimento industrial, comercial, de prestação de serviços ou de serviços públicos, pela infestação de pombos em seus ambientes.
A reportagem lamenta pela falta dessas informações importantes para a população.
O que é criptococose?
A criptococose é uma doença, classificada como micose sistêmica, causada por fungos do gênero Cryptococcus e que, dependendo do caso, pode matar.
Ela ataca as vias respiratórias por meio da inalação da poeira das fezes ressecadas dos pombos, que são carregadas de fungos.
Os pombos também podem causar outras doenças como a histoplasmose, clamidiose, salmonelose, dermatites e alergias.
No entanto, o Ministério da Saúde orienta que as aves não devem ser maltratadas, nem machucadas. Apenas serem afastadas, com orientações do órgão competente.
Doença do trabalho
O trabalhador que for acometido por quaisquer dessas doenças, em seu local de trabalho, poderá pleitear seus benefícios previdenciários equivalentes aos do acidente do trabalho, já que a Lei Federal 8.213 dá esse amparo.