Funcionários do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo procuraram a reportagem, na tarde desta quarta-feira (12), informando que nem todos os que estão expostos aos riscos da covid-19 recebem o pagamento do adicional de insalubridade, estabelecido por lei, nesse caso, em 40% do Salário Mínimo.
Apoiados pelo conselheiro de saúde Joaci Ferreira da Silva, os funcionários disseram estar sendo remanejados de setor com o objetivo de fazer cessar o pagamento do adicional.
“Eles (hospital) dizem que não estou mais exposto ao risco da covid-19, porque fui transferido para outro setor que não atende pacientes suspeitos ou com os sintomas da doença. Mas, no hospital inteiro há o risco de infecção pelo coronavírus! Desde a recepção até a UTI”, disse um deles, que preferiu não se identificar.
“Alguns setores que estavam inteiramente à disposição do combate à covid-19 foram fechados e dizem que, por isso, não temos mais o direito do pagamento”, reclama outro funcionário.
Joaci Silva, explica a necessidade de seu apoio aos trabalhadores da Saúde e fala sobre o tratamento a eles dispensado pelo hospital.
“Como conselheiro municipal de Saúde, propus recentemente que a Prefeitura de Jundiaí pagasse um abono de R$ 200 a todos as pessoas integrantes desses verdadeiros batalhões de combate à covid-19. A proposta não foi aceita”, disse o conselheiro.
“Mas, quanto ao pagamento do adicional de insalubridade, isso é lei e tem de ser cumprida! Um conselheiro de saúde não pode atuar somente votando a prestação de contas da Prefeitura de Jundiaí. Ele precisa participar e propor ações que garantam a prestação de serviços de saúde à população. E como é que se garante isso sem o reconhecimento dos funcionários? Eles precisam ser tratados, primeiro com o reconhecimento do hospitale dos próprios conselheiros de saúde. Eles precisam receber, pelo menos, o que é de lei. E parece que nem com isso o hospital está preocupado”, destaca Joaci Silva.
Por último, o conselheiro Joaci Silva criticou o hospital pelo não reconhecimento dos funcionários da recepção e da copa.
“As pessoas que trabalham ali na recepção do hospital são as mais injustiçadas. Elas são quem recebem os pacientes com a doença, ou seus familiares que também podem até estar infectados pelo coronavírus. Mas, não recebem o pagamento adicional de insalubridade! As pessoas que trabalham na copa também não recebem e têmcontato o dia inteiro com pacientes e pessoas ligadas a eles. Se a lei manda pagar para os funcionários que estão expostos, o hospital tem de pagar também para o pessoal da recepção e da copa”, finalizou Joaci Silva.
SINDICATO
Beatriz Lúcia de Castro, diretora-presidente do Sindicato da Saúde, o Sinsaúde, disse, na manhã desta quinta-feira (13), não ter confirmação sobre a retirada do pagamento do adicional de alguns funcionários. Mas que chegou a ouvir alguns comentários a respeito.
“Oficialmente, não temos a confirmação de alguma mudança quanto ao pagamento do adicional de insalubridade dos funcionários do São Vicente. Até chegamos a ouvir de alguns deles que alguma coisa havia mudado. Mas, ainda não apuramos”, disse Beatriz.
A diretora-presidente do Sinsaúde aproveitou para informar que ainda prepara nova forma para a realização do plebiscito da categoria, em relação à campanha salarial.
“Ainda não concluímos sobre a forma para a realização do plebiscito no São Vicente. Será por ele que também iremos fechar esse assunto sobre o pagamento do adicional de insalubridade”, finalizou Beatriz.
SÃO VICENTE
A assessoria de imprensa do Hospital São Vicente de Paulo informou, na tarde desta quarta-feira (12),que o assunto está devidamente resolvido e que os funcionários que ainda possam estar com alguma dúvida devem conversar com sua liderança ou com o departamento de Recursos Humanos.
Informou, ainda, que toda a liderança do hospital foi orientada por seu próprio superintende Mateus Gomes, quanto ao assunto do pagamento do adicional de insalubridade. E que, portanto, todos os líderes estão capacitados e à disposição para quaisquer esclarecimentos.