Pouco mais de dois meses após o anúncio do convênio entre a Prefeitura de Cabreúva e a Ateal(Associação Terapêutica de Estimulação Auditiva e Linguagem), o primeiro grupo de pacientes que esperavam por um aparelho auditivo voltou a ouvir. Depois de anos na fila de espera, em pouco mais de dois meses – para avalição, consulta e exame – 30 pessoas já receberam o aparelho.
Pacientes como a jovem estudante Camila Batista da Silva, de 19 anos, que esteve, inclusive, no anúncio do convênio, no final de novembro. Com um sorriso tímido, ela não conseguiu esconder a emoção ao colocar o novo aparelho. “É muito importante para mim, ainda mais agora que vou começar a trabalhar”, comemorou a jovem.
“Esse convênio ajudou muito. A gente não tem condições de comprar, porque é muito caro”, contou a mãe de Camila, Sheila, destacando a melhora na qualidade de vida da filha a partir de agora. “Ela é jovem e com o aparelho pode fazer cursos, trabalhar, enfim, ter uma vida social mais ativa.”
O aposentado José Maria dos Santos estava há mais de 5 anos na fila de espera e também faz parte do primeiro grupo a receber o aparelho auditivo. “Não tenho palavras para agradecer a prefeitura. Eu não ouvia quase nada e agora voltei a ouvir tudo. A vida vai mudar pra melhor, com certeza”, disse, emocionado, após ouvir as instruções de como usar e cuidados com o aparelho, na sede da Ateal, em Jundiaí.
CONVÊNIO - Coordenadora da Unidade de Avaliação e Controle (UAC), da Secretaria de Saúde, Rubeniza Vale explica que o convênio entre prefeitura e Ateal, assinado no final de novembro, vai atender cerca de 150 pacientes e zerar a atual fila de espera por aparelho auditivo em Cabreúva. O investimento é de R$ 300 mil.
Todos os pacientes já passaram, pelo menos, pela consulta de avaliação e a entrega começou a ser feita na semana passada. “Viemos acompanhar esse primeiro grupo que já está recebendo o aparelho. Eles saem daqui ouvindo. É uma emoção”, confidenciou Rubeniza.
A gestora da área técnica da Ateal, Tânia Pereira, reforçou a importância do convênio, já que a cota de Cabreúva é de apenas dois aparelhos por mês pelo SUS (Sistema Único de Saúde). “A maioria dos pacientes aguardava há muito tempo. E as pessoas vão perdendo qualidade de vida, se isolando, se distanciando da família, das atividades cotidianas”, explicou Tânia.
Durante a assinatura do convênio, o prefeito Henrique Martin revelou que foi feito um levantamento para avaliar a situação. “Vimos que se dependesse do SUS a população ficaria esperando 10, 15 anos. Mas saúde é nossa prioridade. Então conseguimos, com recursos próprios, fazer esse convênio.”