O paciente Francisco Cosimati reclamou do que chamou de descaso da área da Saúde da Prefeitura de Jundiaí, com a doença provocada pelo Coronavírus, a Covid-19.
Ex-conselheiro municipal de saúde, Cosimati relatou que, na manhã de ontem (19), compareceu à farmácia da Clínica da Família, junto à UPA do Jardim Novo Horizonte, onde entre 30 e 40 pacientes se aglomeravam, à espera da retirada de seus medicamentos.
Relatou que, na manhã de hoje (20), o fato se repetiu e, então, resolveu telefonar para a Prefeitura, onde foi atendido pela assessora de Políticas Governamentais, Dayane Martins.
“A assessora me disse que aquelas pessoas não têm o que fazer e, por isso, estavam lá, passeando”, disse Cosimati. “Sou idoso, cardíaco e diabético e não poderia ter ficado ali junto a tantas pessoas, por deficiência do atendimento da clínica. E aí pergunto: É assim que a área da Saúde da Prefeitura está preocupada com a transmissão do novo Coronavírus? Isso é um descaso!”, completou.
O ex-conselheiro ainda disse que solicitou máscara, o que lhe foi negado. “A atendente me disse que a clínica só oferece máscara a quem estiver com tosse. Caso contrário, não. Mas eu gostaria de saber se o prefeito e o gestor de saúde, por exemplo,chegarem lá, para uma visita, se vão ou não oferecerem máscaras a eles”, continuou.
Por último, Cosimati disse que chegou até a fazer sugestão para a responsável da farmácia da clínica, mas também sem sucesso.
“Apesar da demora no atendimento naquela farmácia, mas pensando na prevenção contra a infecção do Coronavírus, sugeri à responsável do serviço que pedisse que as pessoas ficassem lá fora e fossem entrando de cinco em cinco, por exemplo. Assim não haveria aglomeração. Mas, não fui atendido. E quando falei com a assessora do gestor de Saúde, ela me disse que essa sugestão não poderia ser aceita. Só isso”, finalizou.
ASSESSORA
A assessora de Políticas Governamentais da Prefeitura de Jundiaí, a médica Dayane Martins, por telefone, disse que, realmente, atendeu ao telefonema de Cosimati, mas acredita que tudo não passou de um mal-entendido.
“Atendi o senhor Cosimati, hoje pela manhã, mas não lhe disse que aquelas pessoas estariam ali a passeio! Ele pôde ter entendido mal. Eu disse, isso sim, que, neste momento crítico em que estamos vivendo, quando se suspende aulas, algumas pessoas, que ainda não entenderam os novos procedimentos ou a gravidade da situação, vão para o parque ou para o shopping passear. Assim, sobre passeio, foi o que exatamente falei”, afirmou a assessora.
Dayane acrescentou que “dentre esses 30 e 40 pacientes, por certo, alguns também ainda não assimilaram os novos procedimentos e foram para o local, em busca de um medicamento, que pode ser retirado mais tarde”.
A assessora também justificou o não atendimento à sugestão de Cosimati quanto à espera do lado de fora e a entrada de cinco em cinco pacientes, por exemplo.
“Ali fora, chegam veículos conduzidos por quem está transportando, com certa pressa, alguém que está passando mal. Então, não podemos transferir o local de espera para outro que, apesar de, em tese, não ter o risco de infecção pelo Coronavírus, tenha o perigo de atropelamentos”, explicou.
ORIENTAÇÕES
A assessora Dayane encaminhou à reportagem, alguns dos procedimentos originados pelo Decreto 28.920, publicado nesta sexta-feira (20) e que declara situação de emergência no município.
Consta do preâmbulo do decreto o compromisso de (...) "adoção de medidas de prevenção controle e contenção de riscos à saúde pública, buscando evitar a disseminação da doença em seu território;"(...).
“A Unidade de Gestão de Promoção da Saúde, organizou uma redução gradual das agendas eletivas na Atenção Primária, Atenção Especializada e Hospitalar, garantindo assistência aos casos prioritários já em seguimento”.
Por último, a assessora informou que “um documento norteador foi enviado à todas as equipes, o qual prevê inclusive análise pelos profissionais da saúde de prontuários e contato telefônico”.