Jesus dos Santos
Bastante humilde e esbanjando aguçado poder de articulação e visão, João Miguel Alves (foto), servidor público municipal, já se diz preparado para o enfrentamento das funções legislativas, fiscalizadoras, julgadoras e de assessoramento ao Poder Executivo, ou seja, o cargo de vereador.
Com frases eloquentes, o pré-candidato do PSB (Partido Socialista Brasileiro) resumiu, em entrevista ao Grande Jundiaí, nesta semana, a sua história de lutas em defesa dos servidores públicos municipais, também de outros trabalhadores e revelou como pretende estender essa defesa em favor dos munícipes em geral, ocupando uma das 19 cadeiras da Câmara Municipal de Jundiaí.
Não será a primeira vez que João Miguel entrará na disputa à vereança. Em 2000, 2012 e 2016, candidato, ele não obteve os votos necessários para sua eleição. Em 2018, João Miguel também disputou, sem sucesso, uma vaga à Assembleia Legislativa de São Paulo – Alesp.
Agora, o pré-candidato diz que será diferente. Iniciada sua campanha de forma oficial e legal, em breve, ele promete mostrar como suas propostas serão bem recebidas e aceitas pelos eleitores jundiaienses.
A recém-filiação de João Miguel ao PSB não foi por acaso ou por conveniência. Ela tem fundamento e justificativa. E ele explica como foi.
Acompanhe:
É claro que quem se candidata (ou vai se candidatar) quer ser eleito. Mas, seria bom que todos dissessem o porquê de suas candidaturas. Não é mesmo?
Hoje sou pré-candidato a vereador aqui em Jundiaí. E, na realidade, não quero somente ser eleito! Quero ser o melhor vereador que Jundiaí já teve! Em que pese o potencial e capacidade de tantos outros pré-candidatos à vereança e tantos outros vereadores já eleitos em nossa cidade, não tenho dúvidas de que, eleito, farei muito mais e melhor por Jundiaí do que já foi feito até agora. E, para isso, tenho guardada comigo, a sete chaves, a receita que descobri, já há algum tempo. Assim, quero ser o melhor vereador que Jundiaí já teve até hoje.
Agora, ainda na pré-candidatura, já dá para revelar essa receita aí guardada a sete chaves?
Com certeza não!
A legislação é muito clara e rigorosa e, por isso, estamos atentos a tudo. Mas, logo vai chegar a revelação dessa receita. Todos podem confiar. E, então, vão ver que se trata de tudo daquilo que é preciso para ser um bom vereador e, no meu caso, o melhor que Jundiaí já teve até agora.
Para seguir essa receita é preciso ter experiência?
Sim. E eu tenho essa experiência. É preciso saber defender as pessoas. É preciso lutar em busca dos direitos que elas têm e fazer as entregas.
Veja que, como presidente da Asserv – Associação de Servidores Públicos do Aglomerado Urbano de Jundiaí e Região -, cargo do qual estou afastado agora, adquiri muita experiência na defesa dos servidores públicos municipais de Jundiaí e da região e, agora, vou estender essa experiência em benefício de todas as pessoas de nossa cidade.
Aliás, outra área de experiência que também tenho é no próprio processo eleitoral. Não sou marinheiro de primeira viagem. Em 2000, 2012 e 2016 fui candidato a vereador, mas não consegui os votos suficientes. Em 2018, disputei uma vaga para deputado estadual. Também não consegui os votos.
No entanto, repetindo, agora tenho a receita guardada a sete chaves, tanto para a disputa eleitoral, como para o exercício do cargo de vereador. E serei o melhor que Jundiaí já teve.
O que você destaca nessa experiência que tem?
De minha experiência posso destacar em especial a minha maneira de agir, a minha maneira de conduzir as coisas, o meu poder para administrar conflitos, o meu potencial para articulações, empatia etc.
Não sou daqueles líderes que preferem o barulho ou o grito para conseguir vitórias.
Nunca arrebanhei servidores para bater latas ou assoprar apitos no Paço Municipal, como forma de pressionar a Administração, quando da ausência do reconhecimento de alguns de nossos direitos.
Na realidade, até já cheguei a colocar carro de som no pátio do Paço, mas ressalto que, assim como uma greve, essa é uma ferramenta que exige conhecimento e experiência para ser usada. O tiro pode sair pela culatra.
Outra ferramenta também com esse viés é aquela utilizada para denúncias. O que quero dizer com isso é que é preciso saber se valer do Ministério Público, do Ministério Púbico do Trabalho e da Justiça.
Primeiro, é preciso andar pelo caminho natural e esgotar as fontes possíveis também naturais.
Por isso, sempre preferi o diálogo e com ele obter vitórias. Pela Asserv e em defesa dos servidores, sempre dialoguei com as unidades de gestão da Prefeitura de Jundiaí, dentre elas a de Administração e Gestão de Pessoas, Saúde, Governo e Finanças, Educação, Fumas etc e sempre com vitórias.
Mas essa não seria atribuição exclusiva do sindicato da categoria de servidores públicos?
Exclusiva não! E ainda bem que não! Se fosse, estaríamos ainda mais perdidos, uma vez que nosso sindicato anda mal em suas ações para a defesa de seus representados.
A atribuição da Asserv é legítima e efetiva, já tendo passagem até mesmo pelo Supremo Tribunal Federal. Por ela, já conseguimos várias conquistas aos servidores e, como exemplos, temos o resgate das férias que mais de 700 servidores haviam perdido por causa de atestados médicos – e daqui para a frente a Prefeitura de Jundiaí não pode mais cancelar esse direito por esse motivo.
Além disso, veja que, desde 2014, os professores batalhavam para receber o pagamento por uma meta que eles têm direito, mas não saía. Então, foi um trabalho nosso junto com o professor Leandro, que, em praticamente dois anos, conseguimos a vitória, ou seja, 10,5% de aumento nos salários dos professores.
No ano passado, a Asserv contribuiu ativamente para os reajustes salariais, enfim... tem muita conquista, né? Ajudamos ou tentamos ajudar várias categorias. Para algumas conseguimos sucesso, para outras ou temos ações em andamento ou até perdemos. Temos vitórias em ações judiciais, inclusive, atualmente, um grupo de servidores está recebendo seus cheques pela ação ganha... e assim seguimos em frente.
Mas, além da Asserv tem outra entidade em que você atua em prol dos servidores. É isso?
Isso mesmo. É a USTB – União dos Servidores e Trabalhadores do Brasil, central sindical que também dirijo (e dela estou atualmente afastado por causa do processo eleitoral). Por ela, já conseguimos várias conquistas para os trabalhadores em geral fora do serviço público. E também para os servidores, que também são trabalhadores claro.
Então é assim: vou continuar na luta pelos servidores públicos e pelos trabalhadores em geral e vou estender isso em benefício de toda a população. Tenho experiência para isso.
Sua filiação ao PSB – Partido Socialista Brasileiro – é nova. Por que a escolha?
Sim. Minha filiação ao PSB é nova. No ano passado, eu estava na Rede Sustentabilidade, onde participava ativamente. Mas, aconteceram alguns fatos desagradáveis – nada graves – e, então, acabei declinando de minha pré-candidatura por aquele partido. Mesmo enquanto estava na Rede, eu já havia recebido convite para filiação ao PV, que está na federação com o PT e PC do B. Ali as conversas acabaram não dando certo. Em seguida, um colega do MDB que também pretendia a troca de partido me procurou e assim, depois de conversas com o professor Oswaldo Fernandes, fomos os dois para o PSB.
É interessante destacar que, quando saí da Rede, na realidade, eu já estava praticamente decidido a não mais participar da disputa. Mas, depois dessa conversa com o professor, vi a ótima organização e estrutura do partido e me animei de novo.
Assim me filiei ao PSB e agora me resta retribuir ao professor Oswaldo a oportunidade que me deu. Então vou trabalhar para ser o melhor vereador que Jundiaí já teve. É o que vai acontecer. Não tenho dúvidas.