Apesar da lei jundiaiense 8.265/14, regulamentada pelo decreto 25.713/15, estar em pleno vigor, nenhuma família em situação de vulnerabilidade, em Jundiaí, recebeu o Auxílio à Situação de Calamidade Pública, no valor de R$ 150.
A lei, feita durante o governo Pedro Bigardi, tem dentre seus objetivos o auxílio às famílias que ficam em situação de vulnerabilidade, como é o casoverificado na presente pandemia, provocada pelo coronavírus.
De acordo com empresário David Dario Brás, que coordena um trabalho social em várias regiões da cidade, “na Zona Oeste, por exemplo, mais de 60 mil famílias esperam receber os R$ 150 previstos nessa lei, mas o dinheiro não chega”.
O JUNDIAÍ SAÚDE publicou matéria, na semana passada, onde o ex-prefeito Pedro Bigardi faz um apelo ao atual prefeito Luiz Fernando Machado e também à Câmara Municipal, para que a lei seja cumprida.
“Eu sei que as famílias até estão recebendo cestas básicas, oferecidas pelo governo municipal e até mesmo o Auxilio Emergencial, pelo governo federal. Mas, isso não impede o recebimento dos R$ 150, previstos na lei feita em meu governo, quando se trata de pandemia, como essa que estamos enfrentando”, disse Bigardi, na semana passada.
A Prefeitura de Jundiaí publicou matéria nesta sexta-feira (24), onde mostra que deu início ao seu Plano de Segurança Alimentar para Famílias Vulneráveis, com a entrega de cestas básicas.
A Prefeitura mostra também, nessa matéria, que a cidade já conta com 17 mil cestas básicas para distribuição, com capacidade de projeção de até cerca de 54 mil até o final deste ano.
No entanto, o empresário David Brás explica que muitas famílias que estão em situação de vulnerabilidade precisam, com urgência, desses R$ 150 da lei municipal.
“Até mesmo as famílias que vêm recebendo cestas básicas, continuam enfrentando dificuldades. Elas precisam comprar gás, frutas, leite, bolachas. Falta dinheiro até mesmo para algumas mães comprarem gelatinas para as crianças, apesar do preço baixo (R$0,99) do produto. Com o auxílio do governo federal elas estão pagando contas e esse auxílio municipal viria ajudar em muito. E há também famílias que não conseguiram o auxilio federal. E mais: muitos chefes de família já estão amargando 30% de redução em seus salários!”, disse o empresário.
VEREADORES
A Câmara Municipal de Jundiaí criou recentemente uma Comissão Especial para acompanhar a situação econômica do município, diante da pandemia.
Composta pelos vereadores Cristiano Lopes, que a preside, Rafael Antonucci, Márcio Pentecostes, Douglas Medeiros e Marcelo Gastaldo, a Comissão Especial tem reunião agendada com o gestor da Unidade de Governo e Finanças da Prefeitura de Jundiaí, José Antonio Parimoschi.
A reunião ocorre na próxima terça-feira (28), às 9h00, nas instalações da Câmara Municipal e, em virtude das medidas sobre o isolamento social, não terá a participação do público em geral.
Ela será transmitida ao vivo pela TV Câmara (60.2 UHF e 4 NET) e pela internet (site e fanpage).
Da comissão, a reportagem somente conseguiu contato com o vereador Rafael Antonucci, que disse vai colocar em pauta dessa reunião a discussão dos R$ 150 para as famílias vulneráveis.
No entanto, Antonucci antecipa que é a favor de cestas básicas, uma vez que essas famílias já vêm recebendo o auxílio em dinheiro do governo federal.
“Vamos colocar a discussão dessa lei em pauta, sim! Se bem que eu, particularmente, sou favorável para que não falte comida para as famílias. E vamos também nos referir ao auxílio já pago em nível federal”, disse o vereador.
“Veja que estamos falando de, pelo menos, mais de 100 mil famílias em situação de vulnerabilidade!”, completou.
Outro vereador, que não compõe a Comissão Especial e que preferiu não se identificar, disse que, apesar de não participar da reunião do dia 28, sabe que tanto ele como os outros vereadores estarão bem representados por essa comissão e, por isso, espera dela um bom resultado.
“A Comissão Especial haverá de questionar o gestor Parimoschi se há ou não orçamento para o pagamento dos R$ 150 para todas as famílias e debater sobre o assunto. Vamos esperar”, disse o vereador.