Pelo menos até agora, nem mesmo seis mil pessoas, que protocolaram um abaixo-assinado há quase três meses, foram capazes de sensibilizar a Prefeitura de Jundiaí a sair do aluguel do prédio de sua Unidade Básica de Saúde, a UBS Central e ir para prédio próprio, no centro da cidade.
Convidadas pela Associação de Moradores do Centro (AMO Centro) e integrantes do Conselho Gestor da UBS Central, essas pessoas assinaram o documento, onde pedem que o prédio localizado à rua Barão de Jundiaí, 1234, que é patrimônio público municipal, seja ocupado para uso próprio e não mais pelo Poder Judiciário, que dele já desfrutou por cerca de 30 anos.
“Precisamos dar uma resposta às mais de seis mil pessoas que nos apoiam nessa causa, mas até agora, não conseguimos nada da Prefeitura. É reunião daqui ou dali, pedidos de calma, promessas de agilização, mas nada acontece”, desabafa Marli Baptista de Oliveira”, presidente da AMO Centro e também integrante do Conselho Gestor da UBS Central que, junto com Maria Aparecida de Lima, Indalécia Paim e Jaime Sant’Anna Pinto, todos integrantes das duas entidades, recebeu o Jundiaí Saúde.
“Ainda no governo de Walmor Barbosa Martins, este prédio, que era da extinta Companhia Paulista, foi doado à Prefeitura de Jundiaí, com a condição de ali permitir as instalações da então Junta de Conciliação e Julgamento, da Justiça do Trabalho, pelo período de 30 anos”, explica Sant’Anna.
“Já se passaram 40 anos, a Justiça do Trabalho mudou-se para a rua da Padroeira, junto com o Banco do Brasil, mas o prédio da rua Barão continua desocupado, há cerca de dez anos. É uma área de quase mil e quinhentos metros quadrados de terreno, que poderia receber as instalações da UBS Central, livrando a Prefeitura do aluguel de cerca de R$ 10 mil por mês e proporcionando condições adequadas aos pacientes”, completa o conselheiro.
Maria Aparecida, que é presidente da AMO Centro, complementa a fala do conselheiro Sant’Anna, dizendo que a Prefeitura até chegou a oferecer outro prédio para a mudança da UBS. Mas que também seria alugado.
“A Prefeitura pediu que fôssemos visitar um prédio dizendo que talvez nele fosse possível colocar a UBS Central”, disse Maria Aparecida.
“Fomos e constatamos que ele não se adequa às necessidades dos pacientes. É aquele prédio espelhado pegado à Farmavida, que fica na esquina da rua do Rosário e Onze de Junho, bem em frente à Praça do Fórum. Não tem ventilação, não tem elevador para subir e descer dos outros andares, dentre outros itens. Precisamos do prédio da rua Barão”, reafirmou a presidente.
Prefeitura
A Unidade de Gestão da Casa Civil (UGCC) informa que, em relação ao prédio da rua Barão de Jundiaí, número 1234, consta na matrícula do imóvel que a desapropriação havida em janeiro de 1973 tinha por objetivo a instalação de órgão do Judiciário Trabalhista local.
Após a desativação, o Poder Judiciário Estadual adiantou-se em protocolar pedido de cessão, datado de 9 de novembro de 2015 e reiterado em duas outras oportunidades, a saber: em 1 de fevereiro de 2017 e 20 de abril de 2017, visando a instalação de serviços relativos ao atendimento da população. Em 2018, o Conselho da UBS Central também formulou pedido. A questão está em análise.
Sobre o abaixo-assinado que pede a transferência da UBS Central da avenida Henrique Andres para a rua Barão de Jundiaí, a UGCC esclarece que a resposta foi encaminhada no dia 22 de janeiro deste ano, por meio do ofício nº 12/2019 e foram realizadas duas reuniões.