O engenheiro Miguel Pelliciari, contratado pela Prefeitura de Jundiaí para fazer a verificação das obras das UPAs da Ponte São João e Vila Progresso, reafirmou, nesta terça-feira (26), que “nelas não havia problemas de estrutura, que pudessem provocar o colapso (queda) dos prédios”.
Desde sua primeira entrevista ao JUNDIAÍ SAÚDE, a população em geral e, em especial, alguns integrantes do Conselho Municipal de Saúde (COMUS) têm encontrado dificuldades para o entendimento sobre o assunto. Isso porque aPrefeitura de Jundiaí insiste na afirmação de que as obras têm problemas de estrutura. E o engenheiro Pelliciari contesta.
No entanto, a reportagem do JUNDIAÍ SAÚDE apurou que a Prefeitura de Jundiaí tem se debruçado na afirmação da existência dos problemas de estrutura, exatamente porque, de acordo com o engenheiro Pelliciari, nesta segunda entrevista, existem dois tipos de problemas, ambos atribuídos à estrutura.
“Existem dois tipos de problemas de estrutura. O primeiro, aquele que pode levar um prédio ao colapso e o segundo, que, apesar de também ser atribuído à estrutura, não interfere em nada quanto ao uso de um prédio em sua finalidade”, explicou Pelliciari.
“O problema que apontei, por ocasião da verificação que fiz nas UPAs, é exatamente esse do segundo lugar de minha explicação. Nessas UPAs, apenas tinham problemas de estrutura, mas, configurados por alguns poucos pontos em que o limite imposto por norma não foi obedecido”, continua.
“Mas, esses pontos em nada comprometem a estrutura do prédio, ao ponto de ali não poderem ser instaladas as UPAs. Poderiam, sim, ser instaladas asUPA, sob o risco de, provavelmente mais tarde e dependendo da carga ali depositada, aparecer uma trinca ou um sinal aqui ou ali. Nada mais do que isso e o que também poderia ser corrigido mais tarde, se o caso. Colapso do prédio, nunca!. Por isso, minhas sugestões ficaram tão somente por conta de reforço como adequação às normas”, detalhou Pelliciari.
O engenheiro, como prova cabal da inexistência de problemas estruturais nas UPAs, cita a continuidade das obras, que, por opção da atual administraçãomunicipal, não mais como UPAs, mas, Pronto Atendimento e Clínica da Família.
“Veja que, se tivessem problemas de estrutura, os prédios precisariam ser demolidos e não continuados! Veja também este exemplo: dentre cerca de 50 pilares, três ou quatro não se enquadravam no limite de segurança que a norma exige, mas isso não significa que é problema de estrutura e que o prédio fosse cair. Já entreguei o projeto para esse tipo de reforço e agora fui contratado pela Prefeitura de Jundiaí para elaborar outros sete novos projetos: proteção contra incêndio, gases medicinais, climatização, instalações hidráulica e elétrica, detalhamento arquitetônico e escoramento de um muro”, frisou.
Pelliciari fez questão de resumir seu trabalho de verificação nas obras dos prédios das UPAs e reafirmar a inexistência de problemas estruturais.
“Resumindo, fui contratado pela Prefeitura de Jundiaí para fazer a verificação dos prédios das UPAs. Ao concluir esse trabalho, elaborei um relatório – não um laudo – onde apontei problemas de alguns poucos pontos que estavam fora dos limites exigidos pelas normas, mas sem que isso significasse risco de colapso dos prédios. Neles, poderiam, sim, ser instaladas as UPAs e, em aparecendo algum sinal mais tarde por outro uso do prédio, a correção poderia ser feita, sem qualquer dificuldade. Sugeri para que isso fosse feito agora enão depois. A Prefeitura de Jundiaí aceitou”, resumiu Pelliciari.