Um munícipe que atuou como conselheiro do Conselho Municipal de Saúde (COMUS) e, ao mesmo tempo, como integrante do Conselho Gestor do Hospital São Vicente, no período entre 2017 e 2018, disse que a notícia do deficit do citado hospital, que passa de 9 milhões de reais, é fake news, é conversa mole e que essas informações não procedem.
O ex-conselheiro preferiu não se identificar.
Além disso, ele afirma que o hospital está com as contas equilibradas e que, ao contrário dessa notícia ora veiculada, fechou o ano de 2018 com superavit em torno de 9 milhões, pelo fluxo de competência.
O Jundiaí Saúde confirma a veracidade da notícia trabalhada, citando o processo eTC-016406.989.19-4, do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, tendo como uma de suas últimas movimentações, o despacho da conselheira-relatora, Cristina de Castro Moraes, publicado em 10 de outubro, última quinta-feira, no Diário Oficial do Estado de São Paulo.
Nesse despacho, a conselheira-relatora manda notificar a Prefeitura de Jundiaí e outros interessados para explicarem sobre o fato de o Hospital São Vicente depender quase que exclusivamente de repasses públicos, que correspondem a 99,65% de sua receita. Nesse processo, o Tribunal de Contas está analisando e acompanhando o convênio firmado, neste ano, entre a Prefeitura de Jundiaí e o Hospital São Vicente, em valor que passa dos 130 milhões de reais.
Diz, também a conselheira-relatora, que o hospital apresenta alto grau de endividamento, uma vez que o deficit referente ao exercício de 2018 ficou em mais de R$ 9 milhões – mais de 20 vezes maior que o déficit apurado em 2017, R$ 407 mil.
Por último, a conselheira-relatora diz que o passivo descoberto do hospital passou de cerca de R$ 21 milhões, em 2017, para mais de R$ 25 milhões, em 2018 e que tais fatos demonstram potencial risco de insolvência financeira do hospital.
O ex-conselheiro do COMUS elogia o trabalho e a capacidade do superintendente do hospital São Vicente, Mateus Siqueira Gomes, e apesar de revelar que com ele tem divergências, diz que “o hospital está com as contas equilibradas e que não existe risco de fechamento de suas portas, graças a sua boa eficiência”. “Reconheço sua competência como profissional de excelência”, completou.
O ex-conselheiro enfatiza que “alguns conselheiros não têm conhecimento algum sobre balancete financeiro, porque o assunto é técnico e eles não podem questionar valores ou dívidas”.
Enfatiza, também, que “o balancete do hospital abrange cinco contratos individuais que estão integrados (hospital, Saúde da Família, SAMU/Saec, Radioterapia e PA’s), que se iniciaram em abril passado e cujo entendimento é complexo”.
Ele também conta sobre um empréstimo bancário que o hospital tem.
“Com relação a uma dívida de empréstimo bancário, o hospital vem arcando com responsabilidade, pagando parceladamente todo mês; o restante foi equacionado... em suma, a administração está sob controle. Participei de reuniões do COMUS, onde o Sr. Liba (Amauri Liba, assessor contábil da Associação dos Vicentinos) apresentou balancetes e nenhum conselheiro questionou as informações prestadas”.
Por último, o ex-conselheiro sugere que “a reportagem do Jundiaí Saúde agende reunião com o senhor Liba para melhores esclarecimentos, pois há uma transparência muito grande”.