Jesus dos Santos
Um grupo de zeladores de escolas municipais de Jundiaí, procurou a Associação de Servidores Municipais do Aglomerado Urbano de Jundiaí e Região (Asserv).
De acordo com João Miguel Alves, presidente da entidade, “o grupo teve a inciativa, depois da ocorrência de um acidente do trabalho grave com o marido de uma das zeladoras de uma das escolas do Município”. (Zeladores e escolas não serão identificados nesta matéria, a pedido da associação).
Em reunião realizada na sede da Asserv, no centro da cidade, na noite desta terça-feira (31), o grupo foi recebido por João Miguel.
Ainda segundo o presidente, “o acidentado, que é marido de uma zeladora e com ela mora em casa no terreno da própria escola, fazia a troca de um vidro quebrado de uma das janelas da unidade. E, durante a execução do serviço, acabou sofrendo ferimento cortante em seu antebraço. Recebeu cerca de 13 pontos por causa da lesão”.
Logo após a reunião, o presidente João Miguel comentou que, além das informações sobre o acidente do trabalho, os zeladores se referiram sobre outras demandas. E que a Asserv já tem os planos para a primeira etapa de ajuda aos zeladores e suas famílias.
“Ouvi coisas muito sérias, durante esta reunião com os zeladores. E, de imediato, vamos tomar as primeiras providências, em busca das soluções dos problemas aqui apresentados. Já amanhã, vamos protocolar ofício à Unidade de Gestão de Educação (UGE), solicitando, em caráter de urgência, o agendamento de uma reunião, onde precisamos expor à gestora Vasti Marques a situação da relação zelador, sua família e escola”, disse João Miguel.
O presidente também antecipou outro item da pauta que pretende levar à UGE.
“Por força de um decreto municipal, a Prefeitura de Jundiaí faz uma parceria (vamos dizer assim) com alguns servidores. Sem pagar aluguel, o servidor passa a residir, com sua família, em casa no terreno da escola e se encarrega de sua zeladoria. Até aí, tudo bem”, explicou o presidente.
“Os próprios zeladores reconhecem que é uma boa parceria, uma boa vantagem para ambas as partes. No entanto, o cônjuge do servidor escolhido para a zeladoria também acaba exercendo a função. E espero que os filhos (crianças) do casal estejam completamente fora dessa situação! Então, precisamos questionar à gestora Vasti sobre o aspecto legal dessa situação do cônjuge. O cônjuge tem alguma relação trabalhista com a Prefeitura de Jundiaí? Se não tem e se acidentar, como é o caso que motivou a reunião aqui, o que será feito? Isso é legal? Em todas as EMEB’s é assim? Como e quando a UGE vai resolver a demanda”, completou João Miguel.
DECRETO ANTERIOR
João Miguel também contou algumas das situações apresentadas pelos zeladores, durante a reunião.
“Um dos zeladores presentes disse que o decreto anterior que a Prefeitura de Jundiaí seguia era bem melhor. Ele entrou em vigor em 2011, foi tendo algumas alterações, até que, em 2021, a atual administração fez alterações que acabaram afetando bastante a capacidade dos servidores e seus cônjuges”, contou o presidente.
“E o pior: além daquilo que está previsto no decreto, algumas atividades são determinadas pelos diretores de escolas e para isso também precisamos requerer revisão”, continuou.
EM CIMA DA HORA
Outra situação contada por João Miguel diz respeito à solicitação de uma diretora ao marido de uma zeladora.
“Veja que uma diretora mandou que o marido de uma zeladora pinte as paredes de três salas de aulas, começando amanhã (quarta, 1) e terminando na sexta-feira (3), já que as aulas começam na segunda-feira (6). O marido da zeladora trabalha o dia todo em empresa da cidade. Depois de seu expediente é que assume a ajuda na zeladoria da escola, junto com a esposa. E é por isso que a atenção precisa estar voltada para que a jornada diária de trabalho não seja extenuante e provoque acidentes. Aliás, a informação dada em reunião é que pintura de paredes não consta do decreto da Prefeitura de Jundiaí”, contou mais o presidente.
CURSO
E João Miguel continua contando sobre a reunião.
“Outro dos zeladores que participaram da reunião aqui, disse que a Prefeitura de Jundiaí patrocinou um curso para eles. Aprenderam, por exemplo, como trocar lâmpadas, dentre outros pequenos reparos. No entanto, esse zelador disse que, nesse curso, aprenderam o que já sabiam.
ROÇADEIRA
Por último, João Miguel conta sobre o corte de mato.
“Um outro zelador explicou que a Prefeitura de Jundiaí, há tempos atrás, pagava empresas terceirizadas para roçar os terrenos das escolas. Mas que, agora, comprou roçadeiras e passou a atividade, geralmente, para os maridos das zeladoras, atividade que também estaria fora do decreto municipal”.
PREFEITURA DE JUNDIAÍ
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí não atendeu ao pedido de informações feito pela reportagem do site.