A Comissão Eleitoral do Conselho Municipal de Saúde – COMUS – se reuniu, na tarde de ontem (26) e decidiu, dentre outros itens da pauta, que a nova eleição dos integrantes do órgão para o próximo mandato será no dia 27 de janeiro do ano que vem.
As decisões dessa reunião serão submetidas ao plenário do COMUS, hoje à noite, a partir das 19 horas, no Paço Municipal. Se aprovadas, por óbvio se tornarão oficiais, mas poderão provocar nova demanda judicial.
Isso de acordo com o alerta do conselheiro Joaci Ferreira da Silva, apontando que algumas irregularidades da eleição que foi cancelada em junho passado não foram resolvidas e, por isso, os candidatos que se sentirem prejudicados, por certo, recorrerão à Justiça.
Por meio da assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí, a presidente da Comissão Eleitoral, Daniela Paganini, confirmou a entrevista solicitada pela reportagem, mas, 12 minutos depois, a cancelou, sugerindo nova data.
Um dos itens discutidos na Comissão Eleitoral, além da data da eleição, dá conta das fichas de inscrição. A comissão decidiu que nenhuma outra será juntada ao processo, sendo válidas apenas aquelas já protocoladas em junho passado.
De acordo com Joaci Silva, a Prefeitura perde uma grande oportunidade de regularizar aspectos que até agora não foram levados à Justiça.
“Têm servidores públicos, assessores, parentes de conselheiros, todos inscritos como candidatos e isso deveria ter sido revisado e corrigido nesta oportunidade. Não tenho dúvidas de que aqueles que se sentirem prejudicados vão recorrer à Justiça, que é o nosso limite!”, explica o conselheiro e também candidato à nova eleição.
Outro ponto alertado por Silva diz respeito à validade da própria reunião da Comissão Eleitoral.
“Se a reunião e decisões são da Comissão Eleitoral, por que é que o Gestor de Saúde, Tiago Texera, participou dela ativamente? Por que é que representante das Finanças da Saúde também participou? Isso não é correto. Isso pode se dar como algum tipo de pressão!”, continua Silva, acrescentando que sobre outras “irregularidades de que tem conhecimento serão apresentadas oportunamente”.
Por último, Silva desabafou sobre comentários que ouviu de um dos conselheiros.
“O conselheiro Irineu Romanato Filho disse, durante a reunião de ontem da Comissão Eleitoral, que pode acabar pedindo minha expulsão do Conselho, porque eu estaria causando problemas a eles. Eu gostaria de saber pelo menos um desses problemas. Daí eu teria a possibilidade de me corrigir, se necessário. Por outro lado, a Prefeitura sabe dos problemas que tem e não se corrige. Tanto é que o que eu e mais dois candidatos levantamos sobre as eleições passadas, a Justiça acatou e a cancelou. Então causo problemas?”, completa.
Romanato confirmou à reportagem que realmente disse, durante a reunião, que se for necessário vai mesmo pedir a expulsão de Joaci Silva.
“Joaci é oposição ao prefeito Luiz Fernando Machado e, por isso, causa problemas ao Conselho”, disse Romanato. “Se continuar dessa forma, vou pedir para que seja colocada em pauta do plenário a expulsão dele. Temos votos para isso. Ele não age com democracia, insiste em afirmar que nem servidores do DAE nem da Prefeitura podem ser candidatos do segmento de usuários, dentre outras coisas. Ele é voto vencido!”, completou.
EM CIMA DA HORA
Perguntado por que a eleição só estaria sendo marcadapara os últimos quatro dias da prorrogação do mandato atual, o que, em casos judiciais, poderia significar risco de ficar sem o Conselho de novo, o conselheiro e também membro da Comissão Eleitoral Agostinho Moreti disse que espera que tudo seja feito em ordem.
“Na reunião de hoje (ontem), não se discutiu sobre esse risco de a eleição poder ser cancelada por algum motivo ou outro. E com isso, faltando somente quatro dias para o final do mandato, surgiria um grande problema. Mas espero que tudo transcorra da melhor maneira possível e que seja em ordem”, considerou Moreti.