COVID-19 | O telefone não para. Quando elas não estão fazendo, estão atendendo às ligações de pacientes em busca de alguma informação sobre o novo coronavírus.
Desde o início da pandemia, em março, uma parceria entre a Vigilância Epidemiológica e a Atenção Básica de Saúde de Cabreúva definiu que o trabalho de monitorar os casos de covid-19 – e tirar dúvidas sobre a doença – seria feito pelas equipes das unidades de saúde, por telefone.
Em algumas unidades maiores, como a Policlínica do Jacaré “Wilson Federzoni”, duas profissionais da equipe de enfermagem têm trabalhado exclusivamente no telemonitoramento de covid-19 e chegam a fazer até 60 telefonemas, com sucesso, por dia. Na USF Vilarejo, três enfermeiras conciliam suas agendas com o telemonitoramento e fazem, em média, 30 ligações diárias.
Sem contar as ligações não atendidas e aquelas em que o cadastro do paciente está desatualizado. Somando as oito unidades de saúde da cidade, neste momento de maior incidência da covid-19, são mais de 100 ligações telefônicas diariamente apenas para o monitoramento dos pacientes em isolamento.
Segundo dados da Vigilância Epidemiológica (VE), que recebe todas as notificações de síndrome gripal e de suspeita de covid-19 e seus comunicantes, do início da pandemia, em 15 de março, até agora, já foram registradas quase 6 mil notificações.
“Como é uma doença de notificação obrigatória, recebemos as fichas e registramos no sistema. Depois, encaminhamos os casos para as unidades de saúde de referência do paciente, que fazem o acompanhamento”, explica a coordenadora da VE, Lucimar Imperio. “É muita coisa. Tem sido um desafio para nossa equipe. Essa é uma doença nova e a gente não deixou de acompanhar outras epidemiologias, como dengue, por exemplo.”
A secretária de Saúde, Rita Hollo, reforça que todo o acompanhamento dos casos de covid-19 é feito por telefone, inclusive o resultado do exame é informado remotamente. “As vigilâncias e equipes de enfermagem não fazem visitas em casa. Tudo é feito por telemonitoramento”, frisa Rita, ressaltando a importância do cumprimento da quarentena pelos pacientes notificados. “O objetivo desse isolamento é fazer o bloqueio do contágio e da circulação do vírus.”
Contato – Todos os pacientes notificados são acompanhados pela unidade de saúde, mesmo aqueles que têm convênio particular e não têm cadastro no SUS. “Tem gente que estranha quando a gente liga, mas explicamos que temos o contato pela notificação”, explica a enfermeira Michele Coelho Foratori, que faz o telemonitoramento na Poli Wilson, ao lado da técnica de enfermagem, Joyce Moraes da Silva.
A frequência das ligações depende do perfil e dos sintomas de cada paciente. Se o paciente é de alto risco – tem mais de 60 anos ou alguma comorbidade– o acompanhamento é diário. “Ligamos todos os dias. Qualquer sinal de alerta, febre ou desconforto respiratório, orientamos a procurar a UPA ou a Santa Casa imediatamente. A gente tem se surpreendido com a rápida evolução dessa doença.”
Nos casos mais leves da doença, são feitas pelo menos três ligações: no primeiro, quinto e 14º dias após o recebimento da notificação. “Tem sido um muito trabalhoso. Mas o importante é manter os pacientes informados e ajudar no que for preciso.”
Caso você tenha sido notificado e ainda não recebeu nenhuma ligação do telemonitoramento, seu cadastro pode estar desatualizado. A Secretaria de Saúde orienta a ligar na unidade de saúde do bairro para atualizar o cadastro.