Jesus dos Santos
A Associação de Servidores Municipais do Aglomerado Urbano de Jundiai e Região – Asserv – ajudou a levar a servidora Paloma Soares, educadora infantil da Prefeitura de Jundiaí, ao 2º Encontro Nacional do Movimento Somos Todas Professoras.
A Asserv vai participar do rateio das despesas da educadora.
O evento ocorre na Universidade Estadual do Rio de Janeiro entre os dias 23 e 24 deste mês e tem como objetivo lutar pelo reconhecimento das servidoras que trabalham nas creches, mas ainda não estão enquadradas no Estatuto do Magistério.
Para João Miguel Alves, presidente da Asserv e que está temporariamente afastado do cargo por força da legislação eleitoral, esse é um ato de grande importância do qual a servidora Paloma Soares tomou a iniciativa e dele participa.
“Quando fui procurado por Paloma para ajudar em suas despesas, nem precisei decidir nada. Esse é o papel da Asserv: investir nas lutas em defesa dos servidores. Como estou afastado temporariamente da presidência da entidade, encaminhei Paloma para nosso diretor Adriano Torres, que, imediatamente, tomou as providências de praxe de nossa associação”, disse João Miguel.
“Veja que Paloma nem associada da Asserv é! Mas isso não importa para nós. Importa que temos a capacidade de percepção de nos agregar às pessoas realmente interessadas em defender nossa categoria de servidores”, completou.
SINDSERJUN
João Miguel também comentou sobre sua indignação com a decisão de o Sindicato dos Servidores Públicos de Jundiaí – Sindserjun – não ter ajudado a servidora.
“Recentemente, o Sindserjun gastou, numa ação judicial, cerca de R$ 70 mil, quando R$ 6 mil seriam suficientes. Foi um erro que descobrimos. Agora, para pagar, pelo menos, as passagens de ida e volta da servidora, em luta pelas educadoras infantis, a resposta do Sindserjun foi não. Paloma fez um ofício ao sindicato pedindo ajuda, mas a resposta veio negativa. Isso é um absurdo! Paloma está em defesa das educadoras e deveria, sim, ser apoiada pelo sindicato, até mesmo além das passagens”, lamentou João Miguel.
“Mas, estamos aqui para ajudar e também pedir ajuda. Portanto, a Asserv está ajudando e os servidores, querendo, podem enviar um PIX para Paloma, de qualquer valor. A chave é o CPF dela: 30830949810”, pediu ele.
MOVIMENTO
Paloma Soares explicou sobre os objetivos do Movimento Somos Todas Professoras e também sobre o Projeto de Lei que tramita na Câmara dos Deputados e, aprovado, irá beneficiar a categoria das educadoras infantis, dentre outras providências.
“O Movimento Somos Todas Professoras está lutando em defesa das creches, da primeiríssima infância e das educadoras de creches, que atualmente, no Brasil, têm cerca de 65 nomenclaturas (pajem, A.D.I. Auxiliar, monitora etc). Na Prefeitura de Jundiaí, somos mais de 800 (97,7% mulheres) e temos a nomenclatura de educadora infantil. Exercemos a função docente com salário 123% menor do que as profissionais que têm a nomenclatura de professora. Mas, não podemos esquecer que chão de creche também é sala de aula”, disse Paloma.
“Além da defesa, valorização e reconhecimento das educadoras de creches, o movimento luta pela aprovação do Projeto de Lei nº 2387/23, da deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL). Ele obriga os municípios a enquadrarem as profissionais de creches no Estatuto do Magistério. Portanto, estamos tratando de um trabalho muito sério e importante e, por isso, o apoio da Asserv, tanto financeiro como de agregação, é fundamental para a luta municipal”, completou a educadora.
DECRETO
De autoria da deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL), o Projeto de Lei 2387/23 tramita na Câmara dos Deputados.
Se aprovado pelo Congresso Nacional, o PL determinará que todas as profissionais que atuam nas salas de aula, diretamente com bebês e crianças pequenas, deverão ser designadas professoras e adquirir os direitos da carreira do magistério.