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Recusas familiares impedem doações de órgãos e alertam sobre a importância do diálogo em vida

Publicado em: 26/06/2025 Autor/fonte: Assessoria de Comunicação HSV
Recusas familiares impedem doações de órgãos e alertam sobre a importância do diálogo em vida
A vontade de doar precisa ser conhecida pela família para que a solidariedade se torne realidade após a morte

Da Assessoria

No Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), reconhecido como Hospital Amigo do Transplante, um dado chama a atenção e levanta preocupação: o aumento nas recusas familiares tem comprometido diretamente o número de captações de órgãos realizadas. Entre 2023 e 2025, mais de 20 oportunidades de salvar múltiplas vidas foram perdidas em razão da negativa por parte dos familiares, mesmo após confirmação de morte encefálica – condição legal e médica para doação de órgãos.

As recusas cresceram de forma expressiva. Em 2023, foram 5 negativas. No ano seguinte, esse número dobrou, chegando a 10. Em 2025, até o momento, já são 7 recusas. A maioria dos casos envolve, principalmente, a ausência de um posicionamento claro da pessoa falecida em vida, além de fatores como crenças religiosas, receio quanto à integridade do corpo e demora na liberação para o sepultamento. “Infelizmente, o desconhecimento sobre o desejo do ente falecido leva muitos familiares à recusa. Quando não há diálogo prévio, a tomada de decisão acontece em meio à dor, à dúvida e à desinformação”, explica a enfermeira líder da Comissão Intra-Hospitalar de Transplantes do HSV, Raíssa Gabriela Fileli.

A recusa da família é, atualmente, o principal fator impeditivo para que o processo de doação ocorra, mesmo quando todas as condições clínicas e legais estão asseguradas. No Brasil, embora o desejo de doar possa ser registrado em documentos, a legislação exige o consentimento da família para que a captação seja autorizada. “É fundamental que as pessoas falem abertamente sobre o desejo de doar. Essa conversa simples pode garantir que um gesto de solidariedade se concretize”, enfatizou.

O médico intensivista Dr. Eduardo Leme, membro da Comissão e que atua diretamente na Unidade de Terapia Intensiva dedicada aos pacientes neurológicos do HSV, reforça a importância desse diálogo: “O HSV é referência em atendimento de alta complexidade, o que nos coloca diante de pacientes em situações extremamente delicadas, nas quais a morte encefálica, infelizmente, muitas vezes é confirmada. Nesses momentos, a decisão da família torna-se fundamental. Percebo que a falta de informação e a ausência de um diálogo prévio dificultam o consentimento para a doação. Embora não seja um assunto fácil de abordar, falar sobre o desejo de ser doador em vida pode salvar diversas vidas e trazer um significado importante diante de uma perda irreparável.”

Procedimentos são realizados após autorização familiar

Entre 2023 e 2025, o HSV notificou 59 casos de morte encefálica. No entanto, nem todos resultaram em doações. O número de rins captados, por exemplo, caiu de 20 em 2023 para 8 em 2025. Situação semelhante foi observada com córneas (de 18 para 6) e fígados (de 8 para 3).

O cuidado vai além do hospital

O trabalho da Comissão Intra-Hospitalar de Transplantes no HSV vai além da parte técnica. A equipe multidisciplinar realiza um acolhimento sensível e humanizado às famílias enlutadas, com escuta ativa e suporte emocional. A decisão de doar é sempre respeitada, mas todas as famílias são convidadas a refletir sobre a possibilidade de transformar uma despedida em um gesto de vida.

Por isso, o Hospital São Vicente reforça a orientação: converse com sua família, em vida, sobre o desejo de ser doador. Não é necessário deixar por escrito, nem registrar em cartório. Mas é essencial que seus entes saibam dessa vontade. No momento mais difícil, essa informação pode ser determinante para que sua escolha seja respeitada.

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