O técnico de segurança do trabalho Juliano Tinoco denunciou ao Ministério Público (MP), nesta quarta-feira (17), a situação em que os ônibus urbanos de Jundiaí vêm circulando, durante esta pandemia.
Para ele, a lotação dos veículos compromete os resultados das medidas de proteção contra a doença provocada pelo coronavírus.
Na denúncia, Tinoco anexa fotos dos ônibus lotadose requer as medidas corretivas.
“Denunciei ao Ministério Público, porque não fiquei satisfeito com a resposta que a Unidade de Gestão de Transportes da Prefeitura de Jundiaí me passou”, disse Tinoco. “Me informaram que 30 motoristas estão afastados e, por isso, houve a redução dos horários e da oferta de ônibus, na cidade”, continuou.
Para o técnico, a opção é o Uber, já que está impossível entrar nesses ônibus lotados.
“Nesta semana, precisei da linha da Vila Rami para o Cecap, mas não consegui entrar no ônibus, por causa de tanta gente aglomerada ali. A alternativa foi o Uber para poder cumprir o meu compromisso”, reclamou Tinoco, acrescentando que, com pressão alta, pertence ao grupo de risco.
Tinoco disse esperar que “o MP aja em favor do aumento da oferta dos ônibus, já que isso evitará a lotação e a disseminação do coronavírus”.
SINDICATO
Paulo Ataíde, presidente do Sindicato dos Transportes de Jundiaí e Região, confirmou, na manhã deste sábado (20), que realmente há redução do número de ônibus em circulação na cidade.
“A frota está rodando todos os dias com horários dos sábados, o que, evidentemente, não atende a demanda da cidade. O número de ônibus que está rodando não chega a 40% do total da frota”, disse Ataíde.
“Temos motoristas que pertencem ao grupo de risco e que estão afastados. Os outros estão trabalhando dia sim, dia não. Já pedimos ao prefeito que aumente a oferta dos ônibus, porque esses motoristas estão muito expostos ao risco do coronavírus. Mas, o gestor de Transportes está irredutível”, continuou Ataíde.
O presidente do sindicato também aguarda resposta do prefeito sobre seu pedido de aplicação dos testes rápidos para Covid-19 nos motoristas.
“Pedimos também ao prefeito para que sejam aplicados testes rápidos em todos os nossos motoristas, mas, até agora, não fomos atendidos. Realmente, essa aglomeração que está ocorrendo nos ônibus é preocupante, tanto para a nossa categoria, como para a população em geral”, alertou o dirigente sindical.